terça-feira, 17 de julho de 2007

Ahhh, a chuva...Para muitos, um contratempo, que os obriga a armar de toda uma panóplia de apetrechos que evitem, a todo custo, serem molhados...Para outros, objeto de contemplação, observação, meditação até...Olhar a chuva cair, ver a água correr nas calçadas, a azáfama de pessoas a se proteger...Tudo convida à meditação, ao relaxamento
Minha relação com achuva é bem outra. Ela é uma carícia do céu na terra, o momento em que céu e terra se entegam ao mais profundo dos amores...Amor que frutifica, amor que vivifica, amor que é o mais completo de todos....Chuva, afrodisíaca chuva, eu te rendo homenagem...

Nas águas intensas
Te recordo
Nas águas caudalosas
Te desejo
Nas águas cálidas
Te vislumbro

Nas águas
Te delineio
Em mim...
Hoje, levantar cedo e dar aula, depois escrever cartas, pois, mesmo com a "praticidade" e a "agilidade" do email, prefiro, para coisas mais preciosamente pessoais, usar a boa e velha missiva, cheia de floreados mas muito deliciosa de se fazer e de escrever. Podemos mais profundamente materializar nossas emoções quando a caneta ou o lápis deslizam no papel, ou esse mesmo papel é martelado pelas igualmente nostálgicas teclas de uma máquina de escrever...Não deixem que a impessoalidade do email destrua essa originalidade...A única ansiedade gostosa de sentir é exatamente a da chegada do carteiro...

"Hoje deslizei as letras
Pra falar-te de amor
Esculpi de tinta meu ser
Engravei no papel meus sentimentos
A buscar-te nesse mar de palavras

No arquipélago da poesia..."