sábado, 24 de janeiro de 2015

SEGUIR A VIDA

A vida tem muitas mensagens...

Muitas delas tomamos como lemas e seguimos nosso caminho entre os percalços que essa mesma vida apresenta;cabe a nós ter denodo e personalidade para, a cada tempo, sermos mais fortes do que o que é contra nós; temos do nosso lado a fé, que nos resguarda, protege e aconselha; mas será que, no rumo que escolhemos, somos sábios o suficiente para senti-la e fazer com que ela esteja ao nosso favor?

Temos a tendência a acreditar que, no afã de fazermos as coisas certas, estamos certos em tudo o que fazemos; as circunstâncias nos mostram muitas vezes - e aí entram as mensagens e "toques" que a vida às vezes nos dá - que precisamos repensar e rever o que pensamos e sentimos, para que nossa vida e nossa evolução espiritual possam ser cada vez melhores ; me condoo daqueles que, ao invés de seguir a vida, se aferram e se deixam remoer no passado; se condenam eles ao pior da vida: incapazes de viver o presente, negam a si mesmos o futuro; que evolução essas pessoas podem ter? Ao invés de se ligarem às suas vidas e felicidades, ficam a incomodar-se com as vidas e as felicidades dos outros, incapazes que são, por si sós, de ser felizes...
Mesmo assim, me condoo dessas pessoas e as ponho em minhas preces, para que, um dia , alcancem a evolução que as conduza a um degrau maior na evolução de suas vidas...

Vida, então, que segue, caros e caras...

Até o próximo post!!!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

AS FALSAS DEMOCRACIAS


      Caros e Caras

Hoje, ao ler a matéria do Yahoo sobre as críticas à forma física da repórter Fernanda Gentil, não pude deixar de me lembrar de uma frase que foi mote em uma discussão em que participei há alguns meses atrás: “sabemos muito bem lutar pela diversidade do ecossistema, mas desleixamos da luta pelo respeito à diversidade humana”
Como chegamos a tanto? Lembro de minhas leituras de adolescente, me debruçando sobre Gilberto Freyre, derrubando o mito da “branquização” do Brasil e levantando a bandeira da mestiçagem como única saída para as mazelas do preconceito e da falsa ideia de eugenia que sempre pautou a cabeça de muita gente na época; nos anos 60, surge o mito da “democracia racial”, onde o Brasil era visto como o país onde não havia preconceito e nem segregação e que se vivia melhor do que o malfadado sul dos EUA, onde os negros tinham lugar segregado nos ônibus, nos bebedouros, banheiros e quaisquer outros espaços de convivência; mas pergunto: será que vivíamos mesmo essa democracia, desse jeito tão desejado?

Hoje, não nos limitamos mais à raça; queremos regular o tipo físico, os padrões comportamentais, a vestimenta, a maneira pela qual nos expressamos e as coisas mais recônditas de nossa intimidade sofrem a patrulha dos que “acham-se árbitros da maneira certa da sociedade”; será que vivemos, realmente, o que defendemos quando falamos de “diversidade” e “sustentabilidade”? As duas, interdependentes, são as inspiradoras do mundo moderno, mas, em muitos aspectos, são apenas cosméticos que mascaram atitudes muito, muito mesquinhas; a tendência atual da sociedade em rotular e em criticar aquilo que não se coaduna com ela, a ponto de atacar de forma virulenta quem não se enquadra, atenta muito contra o verdadeiro espírito democrático, que, em sua mais límpida expressão, tem como pilar exatamente a diversidade e o respeito ao direito de todos de livre escolha e arbítrio sobre suas vidas e opiniões, que vai contra o que mais se faz nesses tempos de padronização, photshop e botox: o culto a uma perfeição impossível e a crueldade com quem está “fora dos padrões”; assim, a democracia – qualquer que seja ela além da política – se reduz à letra e atitude mortas;

As mostras de intolerância – desde impropérios escritos nas redes sociais à violência homófóbica ou religiosa radical – para não falar do extremismo com que se trata quem não é da sua “tribo” mais uma vez derruba o mito das “democracias” e “paraísos de convivência” tão decantados; não sabemos respeitar o nosso próximo, somos violentos à menor perturbação – a morte do surfista Ricardo dos Santos numa discussão banal com um policial, que deveria ser o mais centrado possível numa situação-limite, mostra o quanto somos intolerantes e afeitos à mais pura e simples violência como resolução para tudo; numa interessante contradição, nos condoemos do traficante brasileiro Marco Archer, condenado à morte por um crime que leva tantos e tantos jovens ao abismo, mas não temos o mesmo pudor ao linchar sem provas uma pessoa por simples rumores em redes sociais; que democracia é essa em que vivemos? A descrição do antropólogo Claude Lévy-Strauss do “homem cordial” há muito perdeu o sentido; somos seres cruéis, capazes de tudo para denegrir, derrubar e vilipendiar o que quer que nos atravesse o caminho ou seja diferente; a diversidade virou ilusão; a democracia, falsidade; somos como Narciso, que, no insight sensacional de Caetano Veloso, “acha feio o que não é espelho”;


Assim somos nós, democratas de fancaria numa falsa democracia...