quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Até Quando?

Me junto, em dor e oração, às famílias das jovens Tamirys e Jamilly, assassinadas aqui na cidade de São Paulo. Como sói acontecer, todos procurarão culpados e causas, investigarão os crimes, podendo até prender os culpados. Mas fica uma pergunta que não quer calar, ou melhor, duas. Até que ponto as autoridades irão ignorar tal estado de coisas? Se tanto se fala em segurança, o que se faz de verdade? Na realidade, pouco se faz, num jogo de empurra-empurra, o governo simplesmente faz ouvidos moucos frente a essa situação, se é que ainda faz alguma coisa; o pior de tudo é que, depois de sepultadas as vítimas , chorado o pranto, as coisas se banalizam, e essas jovens, que tinham tantos sonhos, tanta vontade de viver, serão mais um ponto percentual em uma estatística sempre crescente de violência, e, ainda pior, tais crimes viram uma banalização que se soma à constante inversão de valores em nosso país, onde crimes maiores viram pizza e crimes tais como os dessas duas jovens, caem inexoravelmente na banalidade, como se a morte delas fosse uma simples ocorrência comum, sem mais pasmar ou estarrecer ninguém. Anestesiamos o nosso cérebro para tais coisas, e, quando chegamos em casa, dentro do conforto dos lares, é fácil protestar, se indignar, mas tais coisas são vazios dentro de uma sociedade que fleumatiza e banaliza tudo, sem considerar que, nessa banalização, anestesiamos nossa vontade por mudanças, nossa indignação... Como diriam os irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle, de que vale "falar de morro, morando de frente pro mar"...Não deixemos que isso aconteça. Jamais deixemos de nos indignar diante de tais coisas, pois a indignação leva à ruptura, e esta leva a transformação, para que a morte dessas duas jovens não seja vã, e não seja lembrada apenas como mais uma estatística de mortes. Indignem-se todos, e clamem por mudanças...

Meus olhos
São agora luto
De duas jovens
Que tantas vontades tiveram e viveram
Agora estão na luz
Acolhe-as na luz de tua face
Em plenitude divina
E aplaca a dor
Dos entes que ficam
Que o Amor de deus seja
O bálsamo dos doidos corações