domingo, 24 de janeiro de 2016

MARANHEI - A VIAGEM - PARTE 6 - FACHADAS EM TONS DE AZUIS




"Quero ler nas ruas
fontes, cantarias
torres e mirantes
igrejas, sobrados
nas lentas ladeiras
que sobem angústias
sonhos do futuro
glórias do passado"

(Excerto da música "Louvação a São Luís", composta por Bandeira Tribuzi)


               E continuamos a Maranhar, nossa odisseia passando agora ao urbano, mais precisamente ao Centro Histórico de São Luís, onde em meio a surpresas, reminiscências , alegrias e tristezas, nesse caminho de redescoberta palmilhado sem pressa, o passado pede socorro e o futuro é encarado com a esperança dos que não desejam que esse patrimônio tão homogêneo - considerado o maior de arquitetura portuguesa na América Latina - e tão especial pelo fato de possuir em grande quantidade essa arte tão portuguesa - a azulejaria - se acabe e fique apenas na lembrança das gerações que o viveram e caminharam por ele; eu como representante de uma dessas gerações, faço aqui o meu apelo, para que esses tons de azuis que em tantas cores se desdobram sejam mais que simples nuance; que eles sejam a bandeira viva de uma cultura sem par;

Maranhemos, pois, nos versos do poeta Bandeira Tribuzi, e que pelas ladeiras subam alegrias, que dos sobrados e sacadas desaguem sorrisos e que dos mirantes nasçam novos amores...






Nos tons de azuis, o tesouro mais belo da cidade, de longa origem portuguesa, um dos acervos mais completos do Brasil; ainda assim, em perigo se não for propriamente conservado; falaremos mais sobre isso em outra parte da série





Um olhar para o futuro, sem descuidar do passado; da velha fábrica têxtil Santa Amélia,  o futuro campus do curso de turismo e hotelaria da UFMA









No meio do burburinho do comércio, prédios históricos, como o do antigo Cine Éden, grande ponto de encontro da cidade, se destacam



O Palácio de Justiça ainda se ergue imponente na praça onde a cidade nasceu






Os Sobrados e seus azulejos guardam histórias de poder, opulência e romances

A História agoniza...








Meus olhos marejaram ao vislumbrar as paredes da casa na qual nasci; era como se visse a noite chuvosa, meu primeiro som ao saber do mundo, os braços de minha avó,a canção sussurrada no ouvido


Nos fragmentos da história, os jardins suspensos são inusitada poesia...




P.S. - Entre tantas emoções conflitantes, contentei-me em descobrir que ainda existem os que,  como eu, indignados com o abandono de tão belo acervo arquitetônico, se batem para que ele não desapareça e se torne apenas lembrança;, me maravilho com a cápsula de tempo que ainda pulsa e resiste, nos sussurrando versos de antigos amores que ainda perduram nas paredes de séculos e nos azulejos encantados de uma beleza sem igual

Na próxima parte de nossa narrativa, a jornada é de cores e sabores, onde o paladar é o espectador mais ávido; pois o Maranhão não é apenas história viva, mas igualmente sabor vivo

Até lá, e vamos Maranhar!!!