quinta-feira, 26 de julho de 2007

Minha Pátria é Minha Língua

Hoje, ao escutar uma reportagem da Jovem Pan(acreditem, mas a televisão, para mim, só tem uma serventia como apêndice de meu DVD)senti na voz da locutora a "preocupação", com a reforma da língua portuguesa, que depende de aprovação do Congresso para vigorar no Brasil. No tempo em que estamos, onde a "agilidade de informação" e a "praticidade" foram elevadas a loas supremos, cada vez mais o "miguxês", a língua da internet, vem sendo verdade incontestável...
De que servirá, de fato, essa reforma? Agilizar para quê? Língua não é somente a fria sintaxe e a fleumática ortografia. Língua é construção, língua é cultura, os alinhavos que vamos adicionando ao correr da existência de uma nação. Língua é expressão de arte, de cor até, da cor intensa de um povo, de sua intensidade. É o coração pulsante de um país. Lembro dos românticos, como Alencar e Gonçalves Dias(Um conterrâneo de quem me orgulho)que tentavam, em seu vigor de escritores, remodelar os padrões da língua, imbuídos que estavam de vê-la autêntica, livre do que eles chamavam de "carcomismo coimbrão". E, aí, nos voltamos a Portugal. Será que eles, como nós, não vêem em sua língua algo de identidade, de marca de nascença? Tenho certeza que sim. Temo mais do que nunca a ascenção do Miguxês, que muitos tecem loas de novo dialeto. Esse, sim, é um acinte e um desacato a uma língua bela e fluida como a portuguesa. Como diria Caetano, "Minha Pàtria é Minha Língua". Que faremos se o nosso maior tesouro for reduzido a gírias sem sentido?

"Te busco
Na métrica perdida
De um espaço
De versos infindos
Onde
O ato de ser
É mais que pura existência
É...
Magnificência"