quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Entre o Palpável e o Sensível

"Por que me viste, Tomé, creste; bem-aventurados aqueles que não viram e creram"(Jo 20, 29)

Neste simples versículo, está o grande embate da civilização. Situar-se entre a noção cartesiana do que se pode medir, mensurar, tocar, e aquilo que não se pode, que se pode apenas sentir, intuir; sabemos que lá está, mas não há como descrever ou mesmo ter palpite acerca; Muitos vão afirmar que só acreditarão, como Tomé, naquilo que puderem estabelecer uma dimensão, ou mesmo uma forma. E a fé, como fica nesse dilema? Como ela poderá sobreviver se for sempre confrontada com o "ver e crer"? Não que eu não entenda esse ponto de vista; fomos tão dilapidados e vilipendiados em nossa confiança que, pasmem, quase chegamos a exigir "prova e contra-prova" das coisas que vivenciamos. Passamos a ser cartesianos, mesmo que não saibamos a exata extensão do significado dessa palavra.
Não pensem que, ao falar isso, eu despreze a busca pelo conforto, pela felicidade das coisas. É natural do gênero humano buscar o conforto das coisas conquistadas, da felicidade oriunda da realização dos "sonhos de consumo". Mas tal não deve se guiar pela vaidade nem se pautar no abssessivo, pois, s isso sucede, onde irá o que se acredita, para onde irá a fé? É isso que os convido a refletir, pois, num mundo cada vez mais materializado, onde a crença no palpável se faz cada vez mais forte, onde haverá lugar para o sensível? Onde haverá lugar para o que se sente, ao invés do que se vê? O mais terrível é que grande parte dessas pessoas se considera cristã...Acho que, antes de dizerem isso, devem prestar atenção na frase que está acima deste texto, e refletir profundamente sobre ela...Deixo, também, outra frase, que é um retrato perfeito do caminho que grande parte das pessoas segue...reflitam, sempre...

"De que adianta conquistar o mundo inteiro, e perder a própria alma?"